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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Minhas mãos exalam com grande força aquilo que com força te faria sentir.
Agora eu sei que não devia ter te deixado só, o meu maior erro talvez tenha sido este.


Onde foi parar a força da minha vontade naquela noite?


Toda a força entalada, toda vontade sufocada, fazendo desabar na minha cabeça como uma nuvem negra feia uma chuva que purificava o desejo, matava a sede que sentia da sua saliva, regava fazendo crescer uma esperança de que ficaria tudo bem no final, e por fim esse negra nuvem feia levou embora pela rua à fora o que com tanto cuidado e esmero eu havia pintado para nos.
Mesmo molhada no sangue dessa nuvem negra feia a brasa permanecia, como ainda permanece, forte e quente, a brasa que derreteria o gelo eu não soube dar.


Meu olhar não soube traduzir,
minha boca não ousou dizer,
minhas mãos não alcançaram.


Solta, livre, leve e travada, por justiça travada, és tão viva aqui dentro que vivi com sua vida.


Doce feitiço fizestes que acabou com minha concentração, me descentraliza, me desfigura, isso ofusca minha alegria.


Impotência moral.
Aspirando por amor de fotografias alheia, idiotices descontroladas.


Como eu posso deixar isso tudo que é tão pouco se tornar insignificante?
Lavar minhas mãos ou penetra-las ainda mais na fenda dessa ferida nunca cicatrizada?


Sim eu sou assim e você me soma e me divide,
e que se multiplique meus dias ao teu lado pra que você  tenha e não só tenha mas que você possua o que há muito te pertence: o direito de amar e ser amada!


(O ciúmes da cocayne )

Um comentário:

  1. "Onde foi parar a força da minha vontade naquela noite?"
    esse poema é fodastico...
    quantas vezes queremos fazer algo e nos deparamos com uma falta de força, uma tal falta de coragem, que impede ate mesmo nossos desejos e impulsos mais fortes, que nos fazem impotentes mesmo diante de nossa total potencia ....

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